Caminhando e cantando...

Depois de nos encontrarmos, o Delmes foi descançar, o banho era divino pois era tipo os nossos, ou seja abre-se a torneira e se fecha quando quer. Na sua grande maioria o banho é com "BNH duch" uma porcaria de uma descarga como se fosse patente sai uma agua maravilhosa, mas por meros 10 segundos quando muito. Bom é um saco o banho, molha o corpo, se ensaboa, daí claro que cai o sabonete, e tu com os pés molhados fica se equilibrando no piso liso que sem agua corrente e sabao fica um gelo. Tu ali naquele esforço danado se equilibra daqui e dali e quando algume fala uma besteira só me restou segurar com a cabeça, ou seja para nao cair e se esborrachar e todos rirem batia as guampa na parede. Mas é assim mesmo. Hoje de manhá consegui abrir uma ferida nas costas devido ao me levantar do beliche bater as costas no ferro da cama de cima. O Joao fazendo o curativo eu de costas e todos rindo. Ele me diz: Fica tranquilo Luli nao vai doer nada. Bom imaginem o resto da Tigrada tirando sarro. Quem dorme com um barulho desses?
Tomamos o café da manha no albergue, uma porcaria, café michadinho. Mas ok seguimos cantando. Nessa noite eu nao conseguia dormir, escutei as 96 musicas do meu MP3 e nada de sono. Nesse período saí do corpo várias vezes e em uma delas fui informado que deveria levar a bandeira num mastro improvisado. Demorei um pouco a fazer isso até que o fiz. Fotos para todos os lados.
O caminho era tranquilo com pouca dificuldade. No meio do mesmo está um cara que oferece alimento, bebidas para os peregrinos, e trabalha com donativo, tudo 100% natural, sucoos, bolachas, bolos. Eu o conhecia do ano passado e contei que agora trazia 6 amigos, ele nos falou da essencia do caminho e também disse que na vida nao devemos querer salvador os demais, mas sim servi-los.
Chegamos a Astorga, e estamos instalados no albergue municipal, vamos sair e dar algumas voltas para comprar alimento e fazer a janta.